terça-feira, 15 de março de 2011

Condromalácia Patelar


Também conhecida como Síndrome patelofemoral ou dor na parte anterior da patela

Definição
É o amaciamento e degeneração da cartilagem de hialina que se encontra por baixo da patela. Essa cartilagem é muito pouco vascularizada e sua recuperação fica prejudicada.
Causas, incidência e fatores de risco
Acredita-se que a causa da condromalacia patelar que se apresenta nos adolescentes ou nos adultos jovens, com maior freqüência entre as mulheres, está relacionada com o uso excessivo, trauma e/ou esforço anormais do joelho. Um grande número dos adolescentes afetado apresenta um alinhamento anormal do joelho.
A condromalacia patelar também pode refletir artrite da patela que geralmente se observa em indivíduos de idade avançada.
Os pacientes que previamente sofreram luxação, fratura ou outro trauma na patela tem maior probabilidade de ter esse problema.
O uso excessivo de salto alto também pode ajudar na deterioração da cartilagem da patela.
Encurtamento do quadríceps femoral pode causar uma maior tensão na patela e mesmo com um alinhamento normal pode haver uma degeneração da cartilagem, um simples alongamento pode ajudar nesses casos.



Alterações do ângulo Q
O aumento do ângulo Q do joelho, que é formado pelo tendão do quadríceps da coxa e o ligamento patelar, leva a um desvio lateral da patela devido a resultante formada pêlos vetores de força vindos da espinha ilíaca ântero-superior e do terço superior da tíbia. Se eu tiver uma diminuição desse ângulo terei um desvio medial da patela, também como resultado da resultante dos dois vetores já citados aumentando a compressão patelo-femoral.
Os valores considerados como normais, do ângulo Q são de aproximadamente 12° para os homens e de 15° para as mulheres. Essa diferença de valores se dá pela estrutura da bacia feminina. Ângulos superiores a 20° têm uma incidência mais alta de anormalidades da articulação patelo-femoral, tais como a condromalácia patelar que vem a ser uma conseqüência da instabilidade.
A luxação da patela é uma potencial causa de hemartrose e deve ser considerada na avaliação de um paciente com lesão aguda do joelho. A lesão ocorre quando o joelho está fletido e é forçado em valgo e rotação externa da tíbia. É mais freqüente em pacientes do sexo feminino na segunda década de vida.
1. Achados Clínicos A patela sempre se desloca lateralmente. O paciente pode informar que a patela moveu-se lateralmente ou que o resto do joelho moveu-se medialmente. Geralmente a redução ocorre logo a seguir da injúria, quando o joelho é estendido.
O exame demonstra sensibilidade no retináculo medial e tubérculo adutor, onde é a origem do ligamento patelofemural medial
O exame do joelho não lesionado é recomendado para se determinar os possíveis fatores que levaram à luxação, tais como genu recurvatum, aumento do ângulo Q, patela alta, hipermobilidade patelar.

Sintomas
  • Sensibilidade do joelho.
  • Dor de joelho, na parte frontal que piora depois de ficar sentado por muito tempo.
  • Dor de joelho que piora ao subir escadas ou ao se levantar de uma cadeira.
  • Sensação de fricção quando se estende o joelho.
Sinais e exames
O médico faz o exame físico. O joelho pode estar sensível e levemente inchada, é possível que a patela não esteja alinhada apropriadamente com a diáfise distal do fêmur (osso da coxa).
Quando o joelho se estende partindo de uma flexão completa, pode-se sentir uma sensação de fricção de baixo da patela e quando o joelho fica estendido e se comprime a patela sente-se dor.
O raio X é na maioria das vezes normal, ainda que uma vista mais criteriosa pode mostrar sinais de artrite.


GRAUS E CARACTERÍSTICAS
  • I - amolecimento da cartilagem e edemas
  • II - fragmentação de cartilagem ou fissuras com diâmetro < 1,3cm diâmetro
  • III - fragmentação ou fissuras com diâmetro > 1,3cm
  • IV - erosão ou perda completa da cartilagem articular, com exposição do osso subcondral 





Tratamento
Para aliviar a dor, pode se ter algum efeito com repouso ou com a imobilização da articulação afetada, assim como a administração de medicamentos antiinflamatórios não esteróides. A fisioterapia deve ajudar principalmente no fortalecimento do quadríceps e alongamento dos isquiotibiais. Se o problema for por encurtamento do quadríceps, essa musculatura deve ser alongada.

Deve-se limitar a prática de esportes e outras atividades extenuantes até que a dor tenha passado. Também se deve evitar as atividades que aumentam a dor no joelho, como o agachamento profundo ou o uso de salto alto.

A cirurgia é benéfica se existir desalinhamento da patela que não sejam reversíveis com a fisioterapia. A cirurgia pode ser com artroscopia (com o uso de uma câmera, permitindo uma incisão menor) ou aberta, dependendo da natureza do desalinhamento.
A acupuntura também mostra bons resultados no tratamento e no alívio da dor, mas lembre-se que é extremamente importante saber o mecanismo que causou a Condromalácia e elimina-lo, isso garantirá que o problema não volte.
Prognóstico
A condromalacia patelar geralmente melhora com a terapia e com a administração de medicamentos antiinflamatórios não esteróides. Há êxito de 90% das cirurgias, mesmo sendo poucas pessoas que realmente necessitam.
Complicações
A primeira complicação é a não eficácia do tratamento para alívio da dor.
Quando a cirurgia é necessária, algumas das complicações são:
  • Infecção.
  • Alivio da dor ineficaz.
  • Piora do quadro.
Situações que requerem assistência médica

Deve-se consultar um médico se a pessoa apresentar os sintomas da condromalacia.
Prevenção
Deve-se evitar os traumas e os esforços excessivos com o joelho. A musculatura da coxa deve ser forte e bem alongada, principalmente o quadríceps e os isquiotibiais. Deve ser evitado o uso excessivo de salto alto.

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