quinta-feira, 31 de março de 2011

Esporão de Calcâneo

Os esporões do calcanhar (ou do calcâneo) são excrescências ósseas no calcanhar que podem ser consequência de uma tensão excessiva do osso do calcanhar por parte dos tendões ou da fascia (o tecido conjuntivo que adere ao osso).
A dor na parte inferior do calcanhar pode ser causada por um esporão. O pé plano e as perturbações em que a contractura do tendão do calcanhar é permanente como a pronação excessiva, podem esticar excessivamente a fascia, aumentando o risco do crescimento de esporões.
Os esporões do calcanhar são quase sempre dolorosos enquanto se desenvolvem, especialmente quando a pessoa está a andar. Por vezes, desenvolve-se uma pequena acumulação de líquido (bolsa) por baixo do esporão, a qual se inflama. Esta afeção, chamada bursite calcânea inferior, costuma fazer com que a dor se torne pulsátil, e também pode aparecer sem que exista esporão. Por vezes o pé adapta-se ao esporão de tal modo que a dor diminui à medida que o esporão cresce. Por outro lado, um esporão indolor pode transformar-se em doloroso em consequência de uma pequena lesão na zona, como pode acontecer durante o exercício.
Habitualmente, os esporões costumam ser diagnosticados durante um exame físico. A pressão sobre o centro do calcanhar causa dor se o esporão estiver presente. Podem-se fazer radiografias para confirmar o diagnóstico, mas estas podem não detectar os esporões em formação.
O tratamento tem como objetivo aliviar a dor. Uma mistura de corticosteróides com um anestésico local pode ser injetada dentro da zona dorida do calcanhar. Envolver o arco com almofadas e usar elementos ortopédicos (palmilhas para o calçado) que ajudem a estabilizar o calcanhar, podem minimizar o estiramento da fascia e reduzir a dor. A maior parte dos esporões dolorosos resolvem-se sem intervenções cirúrgicas. Só se deve realizar uma intervenção cirúrgica para extrair o esporão quando a dor constante dificultar a marcha. Contudo, os resultados não são previsíveis e, por vezes, a dor persiste depois da operação.


quarta-feira, 23 de março de 2011

O que é Osteoporose?

Osteoporose é a doença que afeta os ossos de uma maneira geral, causando perda da massa óssea, ou seja, leva a um desgaste dos ossos e redução da quantidade de cálcio no interior dos mesmo. Esta é uma doença que afeta mais comumente as mulheres após a menopausa, mas pode ocorre associada a outras doenças numa idade mais precoce ou mesmo em homens. O correto diagnóstico deve ser valorizado, pois a osteoporose pode levar a um número grande de problemas, sendo o mais comum as fraturas em qualquer parte do corpo, causando até morte em decorrência das fraturas, especialmente em idosos. Portanto, devemos regularmente procurar um médico especialista que faça um bom exame clínico e solicite uma Densitometria Óssea. Se o resultado for compatível com osteopenia (pré osteoporose) ou osteoporose, dever ser realizado um tratamento medicamento específico que aumenta a absorção do cálcio e sua deposição nos ossos. O acompanhamento da osteoporose deve ser realizado com a Densitometria Óssea, sempre que o seu médico achar necessário.


Nosso esqueleto está sempre sendo remodelado pela perda de 300 a 700 mg de cálcio por dia. Repor esse cálcio através da alimentação ou de suplementos é fácil, fazer os ossos assimilarem é que são elas. A assimilação depende de vários fatores, entre eles sol, vitamina D, exercícios, fósforo, magnésio e estrogênio. Por isso a situação da mulher cuja massa óssea já não é muito densa pode se tornar problemática após a menopausa, já que haverá muito menos estrogênio em circulação. Mas atribuir a osteoporose exclusivamente à falta de estrogênio é muito simplismo. Estudo recente envolvendo uma série de amostras de densidade óssea de mulheres de 20 a 88 anos mostrou que 50% da massa óssea são perdidos antes da menopausa.



E por que se perde cálcio?


Por miríades de razões da vidinha cotidiana: ansiedade, depressão, stress, falta de exercício, diarréia, disfunção na tireóide, excessos de proteína, gordura, sal, açúcar, fibras suplementares e ácido oxálico na comida, deficiência de ácido hidroclorídrico, ingestão habitual de álcool e cafeína, uso de antiácidos, tetraciclina, heparina, laxativos, diuréticos, anticonvulsivantes, aspirina e cortisona. O consumo de refrigerantes, carnes conservadas, queijos fortes, molhos industrializados, pães e massas de farinha branca também atrapalha, já que nos faz absorver muito fósforo, mineral que inibe a absorção do cálcio se estiver em maior proporção. A lactose (açúcar lácteo) tem um papel decisivo na assimilação do cálcio do leite. Pessoas alérgicas ou cujo organismo não digere a lactose aproveitarão pouco cálcio, ainda que seu consumo de leite e laticínios seja grande.
Na osteoporose, tudo depende de duas coisas: a densidade óssea inicial e a velocidade com que se vai perdendo o cálcio. Ambas podem ser modificadas pelo estilo de vida. Na verdade, uma mulher com alto risco de osteoporose faria bem em adotar uma alimentação mais vegetariana: perderia muito menos cálcio. É o caso das mulheres orientais, cuja taxa de osteoporose é baixíssima apesar do pequeno consumo de cálcio. Mas quando passam a comer uma dieta americanizada, muito rica em proteína, sua eliminação de cálcio pela urina aumenta, porque o organismo gasta muito cálcio para processar a proteína. E isso não tem nada a ver com redução de estrogênio.






Como prevenir o aparecimento da Osteoporose
  • Se estiver na menopausa, procure seu médico para saber se há indicação de reposição hormonal segura
  • Se tiver mais de 65 anos, fazer uma Densitometria Óssea após indicação clínica e se já tiver Osteoporose, tratá-la corretamente para evitar fraturas, que em geral ocorrem na coluna (vértebras), punhos, bacia (fêmur) e costelas
  • Após imobilização prolongada, procure evitar grandes esforços com o osso fraturado, procurando sempre fazer um aumento gradativo da carga neste osso
  • Não ingerir alcóol em grandes quantidades
  • Tomar café moderadamente
  • Ingerir alimentos riscos em cálcio, como por exemplo o leite
  • Evitar uso prolongado de corticóides
  • Manter controlada e estabilizada as doenças endócrinas e reumáticas
  • Procurar seu médico regularmente que fará o acompanhamento clínico e quando necessário com Densitometria Óssea.
Fatores de Risco para Osteoporose
  • Diminuição dos hormônios femininos (mulheres após menopausa)
  • Idade avançada (mais de 65 anos)
  • Imobilização prolongada (fraturas exposta ou complexa)
  • Alcoolismo
  • História familiar positiva para Osteoporose
  • Ingestão de café em grande quantidade
  • Alimentação pobre em cálcio
  • Uso prolongado de corticóides
  • Algumas doenças Endócrinas ou Reumática

quarta-feira, 16 de março de 2011

Verdades sobre a Fibromialgia

A fibromialgia é um dos maiores mistérios da medicina. É uma doença que se caracteriza por dores músculo-esqueléticas crônicas que podem acometer das pernas à cabeça. O paciente com fibromialgia tem múltiplas dores pelo corpo e se sente exaurido o tempo todo, porém, apresenta ótimo aspecto, o exame físico não apresenta nenhuma anormalidade óbvia, e as análises e exames complementares são normais.
Exatamente pela falta de achados objetivos, ela já foi considerada uma doença de natureza psicossomática (psicológica e não orgânica). Seu reconhecimento como "doença real" só foi obtido em 1987.

Apesar das frequentes dores nos músculos, tendões e articulações, essas estruturas não apresentam nenhum sinal de alteração. As atuais teorias sugerem um problema nas áreas cerebrais responsáveis pela percepção da dor. O cérebro dos pacientes com fibromialgia são excessivamente sensíveis aos estímulos dolorosos que chegam a si.

A fibromialgia é 6x mais comum em mulheres e a sua prevalência aumenta conforme a idade. Cerca de 2% da população jovem e 8% da população idosa são portadores desta doença. A maior parte dos casos de fibromialgia inicia-se entre os 30 e 55 anos.

Em 50% dos casos os sintomas iniciam-se após um evento pontual, tal como um estresse físico ou psicológico. Nos outros 50% não se consegue detectar nenhum gatilho para o surgimento dos sintomas. Pessoas com história familiar positiva apresentam 8x mais chance de ter fibromialgia que o resto da população, o que sugere fortemente uma causa genética.



Sintomas da fibromialgia


O quadro clínico é de dor difusa, que pode envolver músculos, ligamentos e tendões. Muitas vezes o doente refere sensação de articulações inchadas, o que na verdade é realmente apenas uma sensação, já que o edema não é comprovado ao exame físico.

Quando questionados aonde dói, muito respondem: dói tudo. São dores constantes e que pioram ao toque. O paciente com fibromialgia tem um limiar para dor mais baixo, ou seja, estímulos dolorosos de intensidade igual são muito mais sentidos por quem tem a doença.

Um dos critérios para diagnóstico é a dor a palpação em pelo 11 dos 18 pontos sensíveis ilustrados abaixo.

Pontos dolorosos da fibromialgia
Fibromialgia - pontos dolorosos


Dor de cabeça tipo enxaqueca ou cefaléia tensional também são comuns de ocorrer.

Outro sintoma típico é a fadiga crônica. É uma completa falta de energia com sensação de pernas e braços pesados e dificuldade de concentração, às vezes denominada pelos pacientes como "cérebro cansado". É muito comum a associação da fibromialgia com a síndrome da fadiga crônica


Tratamento da fibromialgia 
O tratamento idealmente é feito com uma equipe multidisciplinar, com um reumatologista, um fisioterapeuta ,um Ed.físico um psicólogo ou psiquiatra. Entender o que é a doença, acabando com pensamentos negativos do tipo, vou morrer, tenho câncer, ou isso é uma infecção sem cura, ajuda muito a combater os sintomas.


É importante saber que, se por um lado a fibromialgia não é uma doença que acarrete risco de morte ou cause deformidades, por outro os sintomas podem ser incapacitantes, determinado uma péssima qualidade de vida ao paciente


Exercícios físicos aeróbicos e musculação melhoram a qualidade de vida e diminuem a intensidade das dores.
Também é importante evitar álcool, cigarros e cafeína.


A longo prazo, a imensa maioria dos pacientes com fibromialgia melhora dos seus sintomas e consegue manter uma vida ativa e com qualidade











terça-feira, 15 de março de 2011

Condromalácia Patelar


Também conhecida como Síndrome patelofemoral ou dor na parte anterior da patela

Definição
É o amaciamento e degeneração da cartilagem de hialina que se encontra por baixo da patela. Essa cartilagem é muito pouco vascularizada e sua recuperação fica prejudicada.
Causas, incidência e fatores de risco
Acredita-se que a causa da condromalacia patelar que se apresenta nos adolescentes ou nos adultos jovens, com maior freqüência entre as mulheres, está relacionada com o uso excessivo, trauma e/ou esforço anormais do joelho. Um grande número dos adolescentes afetado apresenta um alinhamento anormal do joelho.
A condromalacia patelar também pode refletir artrite da patela que geralmente se observa em indivíduos de idade avançada.
Os pacientes que previamente sofreram luxação, fratura ou outro trauma na patela tem maior probabilidade de ter esse problema.
O uso excessivo de salto alto também pode ajudar na deterioração da cartilagem da patela.
Encurtamento do quadríceps femoral pode causar uma maior tensão na patela e mesmo com um alinhamento normal pode haver uma degeneração da cartilagem, um simples alongamento pode ajudar nesses casos.



Alterações do ângulo Q
O aumento do ângulo Q do joelho, que é formado pelo tendão do quadríceps da coxa e o ligamento patelar, leva a um desvio lateral da patela devido a resultante formada pêlos vetores de força vindos da espinha ilíaca ântero-superior e do terço superior da tíbia. Se eu tiver uma diminuição desse ângulo terei um desvio medial da patela, também como resultado da resultante dos dois vetores já citados aumentando a compressão patelo-femoral.
Os valores considerados como normais, do ângulo Q são de aproximadamente 12° para os homens e de 15° para as mulheres. Essa diferença de valores se dá pela estrutura da bacia feminina. Ângulos superiores a 20° têm uma incidência mais alta de anormalidades da articulação patelo-femoral, tais como a condromalácia patelar que vem a ser uma conseqüência da instabilidade.
A luxação da patela é uma potencial causa de hemartrose e deve ser considerada na avaliação de um paciente com lesão aguda do joelho. A lesão ocorre quando o joelho está fletido e é forçado em valgo e rotação externa da tíbia. É mais freqüente em pacientes do sexo feminino na segunda década de vida.
1. Achados Clínicos A patela sempre se desloca lateralmente. O paciente pode informar que a patela moveu-se lateralmente ou que o resto do joelho moveu-se medialmente. Geralmente a redução ocorre logo a seguir da injúria, quando o joelho é estendido.
O exame demonstra sensibilidade no retináculo medial e tubérculo adutor, onde é a origem do ligamento patelofemural medial
O exame do joelho não lesionado é recomendado para se determinar os possíveis fatores que levaram à luxação, tais como genu recurvatum, aumento do ângulo Q, patela alta, hipermobilidade patelar.

Sintomas
  • Sensibilidade do joelho.
  • Dor de joelho, na parte frontal que piora depois de ficar sentado por muito tempo.
  • Dor de joelho que piora ao subir escadas ou ao se levantar de uma cadeira.
  • Sensação de fricção quando se estende o joelho.
Sinais e exames
O médico faz o exame físico. O joelho pode estar sensível e levemente inchada, é possível que a patela não esteja alinhada apropriadamente com a diáfise distal do fêmur (osso da coxa).
Quando o joelho se estende partindo de uma flexão completa, pode-se sentir uma sensação de fricção de baixo da patela e quando o joelho fica estendido e se comprime a patela sente-se dor.
O raio X é na maioria das vezes normal, ainda que uma vista mais criteriosa pode mostrar sinais de artrite.


GRAUS E CARACTERÍSTICAS
  • I - amolecimento da cartilagem e edemas
  • II - fragmentação de cartilagem ou fissuras com diâmetro < 1,3cm diâmetro
  • III - fragmentação ou fissuras com diâmetro > 1,3cm
  • IV - erosão ou perda completa da cartilagem articular, com exposição do osso subcondral 





Tratamento
Para aliviar a dor, pode se ter algum efeito com repouso ou com a imobilização da articulação afetada, assim como a administração de medicamentos antiinflamatórios não esteróides. A fisioterapia deve ajudar principalmente no fortalecimento do quadríceps e alongamento dos isquiotibiais. Se o problema for por encurtamento do quadríceps, essa musculatura deve ser alongada.

Deve-se limitar a prática de esportes e outras atividades extenuantes até que a dor tenha passado. Também se deve evitar as atividades que aumentam a dor no joelho, como o agachamento profundo ou o uso de salto alto.

A cirurgia é benéfica se existir desalinhamento da patela que não sejam reversíveis com a fisioterapia. A cirurgia pode ser com artroscopia (com o uso de uma câmera, permitindo uma incisão menor) ou aberta, dependendo da natureza do desalinhamento.
A acupuntura também mostra bons resultados no tratamento e no alívio da dor, mas lembre-se que é extremamente importante saber o mecanismo que causou a Condromalácia e elimina-lo, isso garantirá que o problema não volte.
Prognóstico
A condromalacia patelar geralmente melhora com a terapia e com a administração de medicamentos antiinflamatórios não esteróides. Há êxito de 90% das cirurgias, mesmo sendo poucas pessoas que realmente necessitam.
Complicações
A primeira complicação é a não eficácia do tratamento para alívio da dor.
Quando a cirurgia é necessária, algumas das complicações são:
  • Infecção.
  • Alivio da dor ineficaz.
  • Piora do quadro.
Situações que requerem assistência médica

Deve-se consultar um médico se a pessoa apresentar os sintomas da condromalacia.
Prevenção
Deve-se evitar os traumas e os esforços excessivos com o joelho. A musculatura da coxa deve ser forte e bem alongada, principalmente o quadríceps e os isquiotibiais. Deve ser evitado o uso excessivo de salto alto.

sexta-feira, 11 de março de 2011

O que é Espondilolistese e Espondilólise?

Espondilolistese é o deslizamento ("listese") de um corpo vertebral (geralmente L5) sobre o corpo situado logo abaixo dele (S1), que tem como causa uma falha dos segmentos intervertebrais, sendo eles congênitos, de origem inflamatória ou traumática. Habitualmente este deslocamento é para frente, mas pode ocorre para trás. Pode ser classificado de acordo com a sua causa:

Displásica - anomalia congênita na junção lombossacral;

Ístmica - fratura por fadiga da parte interarticular;

Degenerativa - osteoartrose degenerativa;

Traumática - traumatismo agudo;

Patológica - enfraquecimento do pars interarticularis por tumor, por osteoporose, ou doença de Paget.

De acordo com o grau de escorregamento, podemos utilizar a Classificação de Meyerdin:

• Grau I – escorregamento de 0-25%

• Grau II – escorregamento de 25-50%

• Grau III – escorregamento de 50-75%

• Grau IV – escorregamento de 75-100%


Espondilólise significa uma perda de continuidade óssea entre o processo articular inferior e o superior de uma vértebra, afetam geralmente a quinta vértebra lombar. Pode ser causada por degeneração ou desenvolvimento deficiente das suas porções articulares. Inicialmente considerada um defeito genético, hoje, acredita-se ser resultante de um trauma por esforço não reconhecido ou não tratado, sendo assim denominada, um defeito adquirido.  

Movimentos lombares repetitivos, principalmente em hiperextensão podem gerar como reação de estresse, microtraumas que podem progredir para uma fratura.



O tratamento cirúrgico para esses casos é mais complicado do que para a hérnia de disco. Na espondilólise, como se trata de uma fratura, com o tempo e o tratamento ela se consolida sozinha. Já para corrigir cirurgicamente a espondilolistese é preciso usar parafusos para fixar a vértebra.

quinta-feira, 10 de março de 2011

O QUE É TREINAMENTO FUNCIONAL?

O treinamento funcional é uma modalidade de treinamento que através principalmente da especificidade busca o equilíbrio, a prevenção de lesões e a otimização da performance de atletas. Cada movimento realizado pelo corpo humano envolve vários músculos, cada qual com diferentes funções. Alguns são responsáveis por gerar o movimento, enquanto outros atuam ao mesmo tempo para estabilizar articulações e potencializar movimentos. Muitas vezes, por questões estéticas ou mesmo falta de informação, as pessoas fortalecem apenas a musculatura mais superficial, sem se preocupar com a musculatura estabilizadora. Assim, os músculos fortes ficam cada vez mais fortes e conseqüentemente os músculos mais fracos (e não menos importantes) ficam cada vez mais fracos. E isso gera um desequilíbrio progressivo, com redução da eficiência dos movimentos, o que se torna fonte de lesões comuns. Os exercícios realizados nos aparelhos convencionais de musculação reduzem a exigência da coordenação e do equilíbrio que o exercício livre exige, pois estes aparelhos já servem como estabilizadores das articulações. Os esportes de resistência exigem mais um tipo de contração muscular diferente das mais exigidas em esportes de explosão e curta duração. Os exercícios feitos com contrações isométricas (nos quais você realiza sustentado a postura por determinado tempo, ao invés de fazer contrações isotônicas consecutivas) são os mais indicados para ganho de resistência e estabilidade. E é esse tipo de exercício que é enfatizado nos exercícios funcionais. Os exercícios funcionais são direcionados ao fortalecimento da musculatura necessária às atividades cotidianas e aos gestos técnicos das diferentes modalidades esportivas, reproduzindo tais gestos e atividades com exercícios específicos. Estes permitem ao sistema muscular ativar e recrutar as fibras musculares adequadamente, o que aumenta a capacidade funcional do indivíduo nesta determinada tarefa. Assim, quanto mais parecido o exercício com a atividade ou o gesto que este está tentando reproduzir, melhor será seu desempenho e seus ganhos. Existem vários recursos que podem ser utilizados para melhorar a capacidade funcional do indivíduo, como a bola, pesos livres, cabos, elásticos, superfícies instáveis, apoio unilateral, prancha de equilíbrio, entre outros. Um exemplo prático: simulação da pedalada, na qual a musculatura estabilizadora do abdome e costas são constantemente exigidas, utilizando a bola. As principais vantagens do treinamento funcional para o atleta são: Otimização da performance atlética Melhora do equilíbrio muscular Melhora da coordenação motora Aumento do recrutamento das fibras de resistência Desenvolvimento da consciência e controle corporal Melhora da postura Diminuição da incidência de lesão Aumento da eficiência dos movimentos.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Dor Lombar e Hérnia Discal Lombar


A lombalgia (dor lombar) é queixa freqüente no consultório. Estudos epidemiológicos mostram que 80% das pessoas apresentarão esta queixa em algum momento da vida.   

A grande maioria dos pacientes, entretanto, evolui para a resolução dos sintomas em virtude da melhora do processo inflamatório na região da raiz nervosa acometida, da inflamação muscular e dos ligamentos da coluna vertebral lombar.  

Cerca de 2% destes indivíduos complicam com ciatalgia, em razão de transtorno degenerativo (desgaste progressivo e crônico) do disco intervertebral.

Caracteristicamente, este processo ocorre no homem ou na mulher - sem diferenças entre sexos - em torno de 35 anos de idade. A base desse desgaste, ou degeneração, do disco intervertebral, envolve a diminuição da porcentagem de água, proteoglicanos, e da resistência do ânulo fibroso e do núcleo pulposo, que são os componentes do disco.
  





 O rompimento do ânulo fibroso leva à formação da hérnia lombar, que pode ser contida, não contida, extrusa, subligamentar ou transligamentar e seqüestrada.

O processo inflamatório e o fragmento do disco intervertebral junto à raiz nervosa lombar resultam em lombociatalgia (dor lombar que irradia para a perna), que piora ao sentar ou após tosse, distribuída pelo território de inervação daquela raiz nervosa.

Alguns sintomas comuns são: sinal de Laseguè positivo - ou dor após a elevação da perna estendida - e, em alguns casos, com paresia ou plegia do músculo correspondente à raiz nervosa do nível neurológico comprometido.

Os exames úteis para confirmar o diagnóstico de hérnia discal lombar são: RX de coluna lombar, Tomografia computadorizada, Ressonância Magnetizada, Eletroneuromiografia, sendo a indicação para cada um avaliada individualmente. 


Entorse de Tornozelo

As ENTORSES POR INVERSÃO (quando o pé vai para fora) resultam em lesão dos ligamentos laterais do tornozelo, que é, de longe, a mais comum. Acometem os três principais ligamentos laterais: Talofibular anterior, calcaneofibular e talofibular posterior.

As ENTORSES POR EVERSÃO (quando o pé vai para dentro) são menos comuns. Acometem o ligamento deltóide e apesar do fato de as entorses em eversão serem menos comuns, a gravidade destas entorses pode fazer com que demorem mais para recuperar do que as entorses por inversão.



GRAVIDADE DA LESÃO

Grau I: Há algum estiramento ou talvez ruptura das fibras ligamentares, com pouca ou nenhuma instabilidade articular. Dor leve, pequeno edema e rigidez articular podem ser detectados.

Grau II: Algumas fibras ligamentares são rompidas ou separadas e ocorre uma instabilidade moderada da articulação do tornozelo. Dor, edema e rigidez articular, de moderado a severo devem ser esperados.

Grau III: Ruptura total do ligamento e manifestam-se primariamente pela instabilidade articular. Dor severa presente no início, seguida por desaparecimento da mesma, em virtude da ruptura total das fibras nervosas. Presença de um grande edema, tornando a articulação muito rígida.



PROGRESSÃO DO TRATAMENTO

Dependerá da gravidade da lesão. Na fase inicial, o exercício vigoroso é contra-indicado. O peso deve ser sustentado parcialmente com a ajuda de muletas para reduzir a atrofia muscular, as perdas da propriocepção e a estase sangüinea. Ao mesmo tempo inibe a contratura dos tendões, que pode provocar tendinite.

AMPLITUDE DE MOVIMENTO

Deve-se iniciar com mobilização articular leve concentrando na dorsiflexão e plantiflexão. À medida que a sensibilidade sobre o ligamento diminuir, devem ser iniciados os exercícios de inversão e eversão. Exercícios realizados no giroplano podem ser benéficos para restauração da amplitude do movimento e para início do controle neuromuscular. É importante o alongamento do tendão de Aquiles. Estudos indicam que este tendão, quando tencionado, pode aumentar a chance de ocorrência de entorses do tornozelo.



PROPRIOCEPÇÃO

A propriocepção é um fator importante na recuperação funcional das entorses de tornozelo. A sustentação parcial do peso com pé só é um exercício eficaz. Também são indicados os exercícios no giroplano, cama elástica, balancinho, etc. As variações do terreno são um outro fator importante, tanto para marcha como corrida leve de adaptação. Exercícios como o Leg Press e os miniagachamentos sobre a perna comprometida estarão estimulando a sustentação do peso e potencializando um bom retorno proprioceptivo.

É importante salientar que as progressões funcionais dos exercícios devem constituir como base de um programa, promovendo adaptações no organismo necessários para um bom retorno às atividades. Os exercícios devem ser do mais simples até o mais complexo, observando as etapas evolutivas de todo o processo. Sendo assim, exercícios de deslocamentos laterais, com cones de balizamento, pequenos circuitos motores, darão a base de uma progressão funcional que, certamente, será de fundamental importância na recuperação da lesão.

CRITÉRIOS PARA O RETORNO INTEGRAL

30% a 40% das entorses do tornozelo por inversão resultam em reincidência. O retorno aos treinos deve ser precedido por uma progressão gradativa das atividades funcionais, aumentando gradativamente o estresse sobre o ligamento lesionado. É desejável que o retorno às atividades seja feito sem a necessidade de um apoio para o tornozelo. Entretanto, algum tipo de suporte pode ser utilizado inicialmente, como as bandagens funcionais para o tornozelo, que darão maior estabilidade para a articulação. Outro fator importante é a amplitude de movimento total, entre 80% a 90% de força pré-lesão. E, fundamentalmente, se a prática da atividade física for bem tolerada, sem estressar o ligamento lesionado, o retorno integral será bem sucedido.

quinta-feira, 3 de março de 2011

A Musculação na recuperação de lesões do joelho no pós operatório

A prática da musculação está melhorando a recuperação de pacientes que sofreram lesões nos joelhos.
É o que revela tratamentos de pacientes com soluções de continuidade em todas a estruturas do joelho(cartilagem,ligamento e meniscos etc) . As lesões no joelho ocorrem geralmente por causa de movimentos incorretos nas articulações.
As lesões de ligamentos nos joelhos, geralmente ocorrem pelas movimentações incorretas das articulações. Uma pesquisa feita com atletas e pessoas adeptas ao esporte  mostra que 50% das lesões nos joelhos, são referentes ao ligamento do cruzado anterior geralmente ocorrem entre os jovens de 15 a 25 anos.
Foi constatado ainda, que a musculação praticada de forma adequada é uma aliada na recuperação dos pacientes. Regis Moraes  fisioterapeuta lembra ainda, que a tecnologia e o contato mais próximo com os médicos facilita no tratamento das lesões.



No pós op imediato os exercícios terão como objetivo:
(1) Prevenir eventos trombóticos nos membros inferiores (é uma boa idéia fazer com os dois pés ao mesmo tempo)
(2) Manter a força e trofismo muscular, e de lambuja reduzir o edema pós-cirurgico (isometria de glúteos e quadríceps funcionam bem para isso)
Basicamente deverão ser realizados:

#1- Bomba de Tibiotársica - Este é um excelente exercício para se fazer assim que o paciente acordar do pós-op e conseguir movimentar os pés. Orienta-se que sejam feitos inicialmente 10 repetições a cada 2 horas, evoluindo para 25 repetições também a cada duas horas. Estas recomendações quanto ao número de repetições e freqüência variam de hospital para hospital.

#2- Isometria de Quadríceps – Este exercício fortalece os músculos ao redor do joelho e estimula o paciente a alcançar o máximo da extensão ativa. A grande vantagem da isometria é que trata-se deum exercício praticamente indolor mesmo no pós-op imediato. Na figura ao lado o paciente tem um apoio embaixo do tornozelo e é orientado a empurrar o joelho contra o leito. Uma outra forma de orientar o paciente é simplesmente por sua mão no oco poplíteo e mandar o paciente espremer sua mão contra o leito.


#3 – Exercício na amplitude final de extensão do joelho – Pode ser feito com um cobertor embaixo do joelho. Usando um cobertor ou travesseiro, coloque-o como um coxim logo abaixo do joelho e oriente o paciente a levantar o tornozelo do leito, manter uma isometria por 3-5 segundos na extensão máxima de joelho e então descer lentamente.


#4- Elevção com a perna retificada - Mais um exercício que trabalha quadríceps, mas desta vez em sua atuação como flexor da articulação do quadril. Complementando assim os dois exercícios anteriores. É importante ressaltar que diversos estudos apontam a força de quadríceps como principal fator associado com velocidade da marcha e redução de dor e incapacidades em pacientes com artrose. Além disso é o componente mais importante do mecanismo extensor do joelho. Desta forma, o quadríceps merece mesmo toda a atenção que estamos dando a ele.

#5- Exercício ativo livre de flexo-extensão de joelho. Ora, se o paciente está com pouca dor e já consegue fazer todos os exercícios propostos, porquê não uma atividade livre antes de botá-lo de pé ?