A crioterapia, ou terapia do gelo, ou ainda a utilização do gelo nas lesões é bastante adotada nas afecções traumáticas, principalmente nas lesões músculo-esquelético. Ela pode ser chamada de uma modalidade terapêutica, já que é muito utilizada nas reabilitações e na MEDICINA ESPORTIVA.
A “terapia com gelo” tem como objetivo reduzir a dor, o espasmo muscular, o fluxo sanguíneo local e regional, diminuir o metabolismo, causar uma hipóxia secundária, diminuir o processo inflamatório, e reduzir edemas, dentre outros. O emprego do gelo nas lesões é muito antigo. Dizem que, antes de Cristo, o gelo já era utilizado para “analgesia”.
Mas o que significa crioterapia?
Literalmente significa "terapia com frio", isto é, aplicação terapêutica de qualquer substância no corpo, que remova o calor corporal, diminuindo a temperatura dos tecidos. Sendo assim, todas as técnicas que fazem uso do gelo, tais como: massagem com gelo, crioalongamento, colocação de gelo nas lesões traumáticas e atraumáticas, são chamadas de crioterapia.
Se o gelo for utilizado de forma incorreta, sem o devido conhecimento de seus fenômenos neurofisiológicos, musculares e vasculares, poderá ter conseqüências indesejáveis no tratamento.
Sabe-se, que para a modulação da intensidade da corrente elétrica, no caso da eletroterapia, ou da intensidade do calor, na termoterapia, temos que ter a sensibilidade cutânea preservada, para que haja um "feedback" sobre o estímulo que está sendo recebido, ou seja, se o que o atleta está sentindo é "forte, fraco ou suportável".
Segundo G. A. CARVALHO, num trabalho publicado na Revista Brasileira da Ciência e Movimento:
As formas de aplicação da crioterapia mais utilizadas em sua prática diária com atletas profissionais ou amadores, ou mesmo com os chamados "atletas de fim de semana" são: aplicação direta de bolsa de gelo ou gel, massagem com gelo, imersão em água gelada, compressão associada ao gelo e aerosol refrescante.
Atualmente, na busca do retorno do atleta à atividade, em menor prazo de tempo possível e em perfeitas condições físicas, adotou-se o uso de terapias combinadas para o tratamento das lesões agudas e crônicas. Essas terapias têm como objetivos potencializar os resultados dos estímulos físicos sobre os tecidos ao mesmo tempo em que associam diferentes recursos fisioterapêuticos: crioterapia, termoterapia e a eletroterapia.
QUANDO UTILIZO CALOR OU FRIO?
Esta é outra dúvida. Sou muito questionado na prática clínica diária com essas perguntas:
- Posso utilizar calor assim que ocorre uma lesão?
- Posso utilizar calor e depois bolsa fria quando torço o tornozelo?
- Quando recebo uma pancada jogando futebol posso colocar bolsa de água quente?
- Quando acabo meu treino de corrida, tenho algumas dores musculares. Posso usar gelo ou bolsa de água quente?
Essas questões são extremamente constantes no meu dia-a-dia profissional e as respostas às mesmas são de fundamental importância para o êxito no tratamento.
A aplicação do calor, ou do frio, é um recurso valioso na prática da fisioterapia. As terapias usando o calor(termoterapia) e usando o frio (crioterapia) não levam à cura de nenhuma enfermidade, porém são instrumentos importantes que auxiliam no tratamento de várias patologias ortopédicas e neurológicas. São recursos sintomáticos que, quando aplicados adequadamente, reduzem o espasmo muscular e a sintomatologia dolorosa, preparando a região afetada para a aplicação das técnicas terapêuticas.
UTILIZAÇÃO DO CALOR:
Alivia a dor;
Aumenta a flexibilidade dos tecidos músculo-tendíneos;
Diminui a rigidez das articulações;
Melhora o espasmo muscular;
Melhora a circulação.
A aplicação do calor promove alteração das propriedades físicas dos tecidos, que compõem os tendões, cápsulas articulares e cicatrizes, melhorando suas respostas ao alongamento.
Contraindicação: Não aquecer regiões do corpo que estiverem anestesiadas, edemaciadas, inflamadas, feridas com sangramento, em áreas onde haja tumores, sobre os testículos, sobre o abdômen de gestantes ou em áreas do corpo de pessoas em estado de inconsciencia.
UTILIZAÇÃO DO GELO: CRIOTERAPIA
Diminui o espasmo muscular;
Alivia a dor;
Nos traumatismos (entorses, contusões, distensões musculares, etc.), previne o edema e diminui as reações inflamatórias;
A quantidade de aplicação depende da lesão e do grau da mesma.